sexta-feira, 2 de junho de 2017

Vamos falar de desfralde?

Vamos falar de desfralde?
Mas ela já tem 6 anos?!?!?
Mas e dai? O desfralde dela foi feito de maneira torta e precoce e eu por desconhecer e na minha insegurança ter confiado demais na escola acabei demorando para descobrir um problema físico que a impedia de segurar o xixi e assim completar esta tarefa do desenvolvimento.
Foi mais de um ano de frustrações de todos os lados, broncas, choros, roupas molhadas, muitas trocas na bolsa até encontrar ajuda médica especializada.
Ajuda essa, que não justificava que os escapes de xixi eram apenas emocionais, por conta do divorcio ou de uma tentativa dela de chamar atenção.
Havia maturidade emocional mas não havia maturidade física!
Foram muitos exames chatos e invasivos, psicoterapia, fisioterapia e medicação ate acertar.
Sequelas? Várias, por tanto sair da sala para fazer xixi ela perdia a concentração e explicações de atividades na escola que resultavam numa falta de interesse generalizada.
Por estar sempre com a calcinha úmida, assaduras eram constantes, já entendeu que dor e incomodo também?
Apesar de ter apoio e compreensão dos amiguinhos na escola, ela se sentia incomodada e por vezes até já estigmatizada por alguns colegas e professores.
E eu? Me senti culpada por muitas vezes já que exigia dela algo impossível e consequentemente rolaram broncas desnecessárias.
Atualmente ainda fazemos exercícios para a Bexiga Hiperativa, mudamos a medicação, só vamos a locais que eu sei que tem banheiro, ando sempre com uma calcinha de reserva e acolho com muita compreensão quando algum escape acontece.
Me posiciono completamente contra os desfraldes coletivos nas escolas e principalmente contra a falta de orientação aos pais já que intercorrências que podem acontecer. Um bilhete na agenda não é suficiente.
Vamos entender que este é um processo individual e muito significativo para cada criança, que reflete em sua autonomia e autoestima e deve ser trabalhado por toda a família e escola conjuntamente.



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