quarta-feira, 30 de março de 2011

AMIGA DO PEITO

Eu tinha pensado em escrever em ordem cronológica os acontecimentos mas preciso desabafar.
A amamentação tão estudada e esperada não tem sido bem assim essa maravilha. Calma, antes das críticas e condenações eu explico.

Na primeira noite em casa o papai deu banho, ela mamou bonitinha e tudo parecida perfeito até que por volta das 23hs quando eu já estava mais pra lá do que pra cá de cansada começou o chororo.... Põe no peito, tira do peito, faz carinho, dá beijinho.... Nada. Bom, resumindo quatro horas depois eu já chorava mais que ela. O que fazer?

Quando me entregaram no hospital ela não fazia tudo isso, assim pegamos um táxi e voltamos para o hospital. Pediatra atende e vem o diagnóstico: fome.

Quê?????

Põe no peito, mostra para a enfermeira a tal da pega" que ela até hoje teima em fazer errado, tudo dói...um caos. Bebê mais tranquila e mãe arrasada voltam para casa.

Vamos a pediatra que constata que a Anita perdeu mais peso do que esperado e continua pendurada no peito passando fome.  Santa Dr. Cristiane que nos atende e percebe que a situação está difícil para nós duas.

Ainda me sinto culpada, magoada e mais algumas coisas. Mas a doutora me explicou que por ter nascido um pouco antes do tempo ela ainda não tem força para sugar como deveria e por isso cansa rápido demais não comendo o necessário... Explica mas não tranquiliza né?

Vamos a farmácia e lá vem concha, protetores de silicone, bomba para retirar leite e criamos o caos na sala de casa. Tudo para facilitar a nossa pequena a crescer.

Chorei muito nos dias seguintes e percebi que precisava fazer algo para não deixar a depressão chegar. A frustraçao de ouvir outras mães relatando seus meses de amamentaçao por livre demanda e exclusiva no peito ainda dói mas com o tempo entendi que o mais importante não é o leite ser no peito e sim DO peito.

A bomba virou minha melhor amiga, reduziu as dores, ajudou a aumentar a produção de leite e facilitou e muito o ganho de peso da pequena.

Ainda me cobro por não ter a produção que eu esperava e por isso tive que começar a completar as mamadas com o NAN. Senti como se estivesse traindo e sendo traída. Não é fácil aceitar que ainda não consigo dar e ela receber o que mais precisa, seu alimento.

Podeira viajar em teorias psicológicas e seus efeitos futuros na relação com minha filha, nas minhas leituras também me deparei com situações e nomes modernos como o Bullying materno em algum Blog que não consigo me lembrar agora mas que com certeza me marcou demais, mas isso seria como um ritual de auto tortura.

Assim, prefiro me focar no lado positivo da coisa, que bom que já existe uma forma de suplementar o leite e não preciso suplementar o amor. A cada mamadeira que preciso dar o foco é ela. Isso tem nos ajudado a relaxar mais a cada dia e assim as mamadas no peito tem sido cada vez melhores e maiores. A bomba ainda ajuda principalmente quando a produção supera a demanda e assim eu garanto uma boa mamadeira do peito!

Ainda não passou a frustração mas mesmo assim eu garanto a minha princesa uma boa amamentação!!!!

O PRIMEIRO ENCONTRO

Depois de uma noite bem estranha, anestesiada, angustiada e presa na cama atormentando meu marido para frequentemente visitar a nossa pequena pude receber a nossa filha nos braços pela primeira vez pela manhã.
Ela passou a noite recebendo oxigênio e assim que ficou mais fortinha veio para sua primeira refeição maternal.

Não existe palavra que consiga expressar o que sinto por ela e o que aconteceu entre nós naquela primeira troca de olhares. Foi um momento mágico, complexo. Parecia não haver mais ninguém ali além de nós duas....

Assim que a peguei nos braços toda a teoria sobre a posição do bebê para amamentar, todo o medo de segurar aquele ser tão pequenininho e molinho sumiu dando espaço para a nova sensação do momento, a amamentação.

Só que o primeiro encontro não acaba com a mamãe e o papai, recebemos as visitas de vovós, vovôs, titios e amigos. No sábado a Anita sentiu o quanto é querida com a visita de 50 amigos e parentes no hospital. Sim, contamos quem veio!!!!
O dia foi puxado para todos nós mas bem gratificante também.

terça-feira, 29 de março de 2011

O PARTO

Depois de 2574 pesquisas sobre o parto, 178 vídeos do you tube de cesáreas me achava pronta para o que viria pela frente.
Havia feito pesquisas sobre o horóscopo e numerologia mas não lembro de nada no momento para relatar.
No dia 10 de março logo cedo preenchemos toda a papelada necessária, falamos com a anestesista, nutricionista, enfermeira e tudo mais....Com o passar das horas a ansiedade só aumentava. A presença do Léo ao meu lado nesse período fez muita diferença. Nos dias anteriores eu ficava sozinha durante o dia no hospital, mas este seria um dia diferente!
Com a enfermeira deixei a primeira roupinha dela separada, a nutricionista só reforçou o nosso acordo de cafeína zero, a anestesista explicou como seria o procedimento. Pronto. Dormi bem durante o dia para o tempo passar mais rápido.
Por que demorou tanto para chegar as 20:00hs????
Resolvi tomar banho e secar o cabelo para me ocupar mais um pouco e logo a família toda chegou.
Existe algum superlativo para ansiedade? Pânico? Ai que medo!!!!
Em poucas horas nossas vidas iriam mudar para sempre. Foi ai que me dei conta que tanto me preocupei com a Anita que esqueci de mim.
Sim, como vou amamentar sem roupas apropriadas?  Viva a camisola da minha mãe!
Me surpreendeu a participação do Léo na sala de parto, ele entrou logo depois da anestesia que não foi aquele monstro que eu imaginava e ficou do meu lado até a Anita quase nascer, na hora H ele estava lá filmando tudo e acompanhou nossa pequena em seus primeiros momentos e até cortou o cordão umbilical.
A nossa princesa nasceu medindo 48 cm e pesando pouco mais de 3 kg!!!!
Ah, falei que o primeiro comentário do médico foi em relação a cabeleira morena dela???
Como o médico temia ela teve um pequeno desconforto quando nasceu e por isso a vi muito rápido na sala de parto e logo ela e o pai subiram para a Semi-UTI.
Quem foi que me amarrou naquela cama???
As horas seguintes foram angustiantes, ficar na sala de recuperação sozinha sem saber o que acontecia e não poder fazer nada por ela... Acho que essa foi a primeira lição da maternidade... Saber lidar com os limites da super mãe.
Assim que o efeito da anestesia passou eu pude subir para o quarto, foi ai que soube que eu não poderia segurar a MINHA filha tão aguardada naquela noite. Chorei.
Minha frustração e preocupação eram tamanhas que nem senti nada durante a noite.

Começando do começo

O desejo de passar a gravidez e os primeiros momentos da Anita para o mundo virtual é bem antigo, porém só agora consegui ter tempo e organização para realizar este desejo que não é só meu. É também de tios, familiares e amigos que não podem estar conosco fisicamente presentes neste momentos.
Assim farei um breve resumo das 36 semanas que antecederam a chegada da nossa Anita.

A DESCOBERTA DA GRAVIDEZ

Quem suspeitou que eu estava grávida foi meu marido, o Léo. Eu havia acabado de chegar de uma viagem a trabalho e estava mais inchada do que o habitual para a minha TPM. Assim para acabar com as suspeitas fiz dois testes desses de famácia, um deu resultado positivo e o outro inconclusivo. Foi uma longa noite até o dia seguinte quando fui ao hospital para ter uma resposta mais certeira. Duas horas depois de falar com o médico veio o veredicto:
 - A senhora está muito grávida!!!!
Depois dessa breve conversa e uma receita para já tomar o ácido fólico fui parar no chão...literalmente sentei e chorei.
A tempestade de emoções foi tamanha que eu nem sabia o que pensar, fui do meu emprego novo a formatura dela ou dele na faculdade, passei por situações que eu nunca havia parado para pensar antes tudo isso em segundos!
Passado tudo isso é hora de secar as lágrimas e ir almoçar com a sogra sem entender ainda o que acabara de acontecer.... Até parece que comi alguma coisa....

Pela tradição judaica não se anuncia a gravidez antes do terceiro mês de gestação, mas como fazer isso quando a cara de bobo já grita a todos os ventos? Tentaremos ser discretos.

A GRAVIDEZ

Sendo este um resumo posso e prefiro só citar algumas das coisas que me aconteceram nos meses em que esperamos pela nossa princesa. Assim que soube da gravidez fui afastada do trabalho e assim foi até ela nascer. Tive unha encravada, quebrei um dedo do pé, asma alérgica, infecções urinárias que me fizeram ficar internada algumas vezes, um enjoo que pra mim era surreal além da retenção de líquidos que no final da gravidez me deixou a cara da Fiona...

Mas também tiveram coisas muito boas, na semana que engravidei mudamos da casa dos meus pais para um apartamento pequenino mas era nosso espaço, sobrou um canto no único quarto e optamos por comprar mais um armário....puro engano uma semana depois soube que a opção correta seria ter comprado um berço. Alguns meses depois compramos nosso apartamento, com direito a reforma e mudança no sétimo mês de gravidez. Nos últimos meses de gestação minha pressão arterial subiu e passei a tomar remédios para controlar. Foi por isso que fui internada no dia 28 de fevereiro, para controlar mais a pressão, reduzir o inchaço e evitar problemas com a pré eclâmpsia e até mesmo um parto prematuro.

Passei 10 dias internada antes de realizar a cesárea. Foram longos dias no hospital, esperando, esperando....a cada visita do médico mil pedidos para antecipar o parto afinal vinha o carnaval e eu queria que o Léo pudesse aproveitar ao máximo os seus 5 dias de licença paternidade. O receio do médico era que a Anita nascesse com algum desconforto respiratório ou coisa parecida por ainda ser cedo para sua chegada.

Estava tão inchada quando fui internada que perdi 8 kilos antes mesmo do parto.

Demorou mas o dia 10 de março chegou, ai bateu o desespero. Estaria tudo pronto? A casa estava arrumada e limpa para o nosso retorno? O enxoval dela seria suficiente?

Mistério....