sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Educar em tempos de Web

Seguindo o ciclo de palestras proposto do mês de Agosto, o tema da semana foi "Educar em tempo de web".
Iniciamos o ciclo pensando em nossas satisfações, angustias e ambições para nosso papel de mãe e como conciliar este com os demais papeis a que nos propomos em nossas vidas.
Passamos então aos limites e percebemos que não só as crianças precisam de limites, os pais também já que as crianças são reflexos do que vivem em casa. Há também os pais que não impõem limites para nada e tentem a se sobrecarregar de outras atividades criando um ciclo de insatisfações e tensões como debatemos.
Chegamos então no nosso novo tema e então pergunto que para as mães:
- Você faz parte de algum grupo virtual que discuta maternidade?
- Segue virtualmente pessoas influentes no universo materno?
- Faz parte de grupos de discussão sobre amamentação, criação, educação, alimentação ou qualquer outra coisa relacionada a seus filhos?
Respondeu sim a alguma delas? Então você é uma mãe em tempos de web.
Há alguns anos atrás para se preparar para a chegada dos filhos existiam alguns livros clássicos sobre o assunto (quem nunca ouvir falar do clássico O que esperar quando você esta esperando?) e a orientação de pessoa mais experientes, normalmente dentro de seu grupo social como amigas e familiares.
O ponto principal é que assim como as crianças, somos bombardeadas por informações e julgamentos e vamos moldando nossos comportamentos no sentido de buscar a sensação de pertencimento em alguns destes grupos.
Nada mais é simples, temos mini blogueiros, fashionistas, influenciadores digitais, youtubers que ainda usam fraldas e carregam com eles milhares de seguidores. Assim vamos criando uma geração com referencias virtuais.
O efeito colateral de tamanha oferta de informação é a crescente ansiedade materna e a dificuldade de adaptação delas as novas demandas auto impostas.
Não basta mais querer um filho bem nutrido, ele tem que ter sido introduzido no mundo dos alimentos pelo método X, Y ou Z, o que estiver em alta no momento e aquela mãe que não consegue, não se identifica ou tem dificuldades é muitas vezes criticada abertamente sem o menor senso de empatia ou acolhimento.
O instinto vai ficando cada vez mais de lado e as receitas prontas vão sendo impostas seguidamente. Ressalto aqui que o avanço de estudos e pesquisas sempre deve ser considerado mas não temos tido tempo de nos identificar e compreender o conteúdo apresentado, a internet passa a ser o lugar para pesquisar sem nos preocupar com a validação das informações.
Desta forma criamos as crianças com base nestes referencias superficiais, enfeitando mais do que aproveitando, buscado boas fotos e não boas recordações, mais seguidores e não amigos....
Não me preocupo tanto com o conteúdo acessado pelas crianças, pois há ferramentas próprias para controlar o nível de acesso delas a rede me preocupa é que nada substitui a conversa, o carinho, o olho no olho como acompanhamento do que nossos filhos acessam.
Assim alguns temas acabam sendo antecipados, encerrando precocemente o mundo lindo que deveria ser a infância. As crianças recebem conteúdos e informações em excesso, precocemente e independente da internet, mesmo não estando aptas a eles e só a intervenção do adulto é capaz de transformar tudo em aprendizado.


segunda-feira, 31 de julho de 2017

Grupos de mães e Mães de Anjos

Acho que este post foi um dos mais intensos e pessoais que já postei por aqui recentemente.
Já tem um tempo que venho estudando e atuando com questões relacionadas a morte e ao luto. Outra hora explico esse meu fascínio nada mórbido sobre o tema.
Também, seguindo aquilo que eu já falei algumas vezes, tenho me voltado cada vez mais a maternidade e minhas descobertas profissionais.
Neste processo um dos meus desafios é o grupo de mães e entre os temas que listei um que enche meu coração e se tornou tema fixo é acolhida de mães em luto.
Mães de anjo ou como queiram chamar, estas guerreiras que perderam parte de si e enterraram seus filhos fora da ordem que acreditamos ser a natural, antes de nós. Também entram aqui as mães, como eu, que só puderam enterrar o sonho e projeções daquela gestação que não seguiu adiante na barriga mas seguiu no coração.
Foi há pouco que me dei conta de que o projeto se iniciou muito próximo do que seria a data provável de parto do bebe que não esta aqui.
Muita gente saberá desta perda agora, lendo aqui, não postei, não falei mas nunca deixei de sentir por esta perda. 
Fica aqui a porta aberta para este encontro.
Somos tantas com dificuldades de nomear, de serem reconhecidas como mães de colos vazios....
Nosso grupo estará lá cheio de amor para acolher quem tiver interesse.

Agora as segundas feiras das 14:00 as 16:00hs, 
Empório Lá em Casa
R. Lopes de Oliveira, 349 - Barra Funda, São Paulo 

Peço que confirmem a presença só por questão de organização do espaço através do tel 984975007 ou tatiana@psicocloud.com.br

Beijo grande

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Seu filho não come ou come demais?

Ontem tivemos nosso encontro para falar sobre alimentação infantil e trouxe aqui para quem não pode estar lá conosco um pouco do que foi dito.

 É normal apresentar um comportamento seletivo na hora de comer, e isso acontece com todos nós.

 Às vezes o que tira o apetite da criança pode ser alguma situação relacionada a dentição (nascimento, troca ou cárie nos dentes), doenças ou viroses. Outras vezes a situação pode estar relacionada a dinâmica da família e assim originar um ciclo vicioso em que a criança busca e ontem atenção de forma pouco prática.

A recusa em se alimentar pode ser uma forma de chamar a atenção, então busque entender o que a criança quer dizer e conte a ela o que compreendeu.

A família determina muito da formação dos hábitos alimentares desde antes do nascimento, com o comportamento alimentar da mãe durante a gestação, o aleitamento materno; a introdução e a transição para os alimentos de crianças mais velhas.

É importante não forçar a criança a comer tudo e raspar o prato, nem impor castigos ou ameaças para que não se crie uma relação negativa com a comida.  

O número de células gordurosas de uma pessoa é definido ainda na infância, até os 2 anos de idade, se existir uma grande quantidade de células adiposas no organismo, quando adulto ela poderá ter dificuldade em controlar o peso.

Algumas dicas para ter uma refeição saudável com seus filhos são:
- Crie uma rotina com horário certo, chame todos a lavar as mãos, ajudar a arrumar a mesa de forma divertida assim as crianças não sentem tanto a pausa na brincadeira.
- Ofereça os alimentos preparados de diferentes formas e descubra as favoritas do seu filho.
- Evite muitos lanches, organize bem os horários das refeições.
- Não exagere nas porções, sirva e se necessário repita. 
- Não deixe as crianças comendo sozinhas, sente e se alimente junto servindo de exemplo e estímulo.
- Não substitua a refeição por lanches ou mamadeiras. 
- Faça da hora de refeição um horário de integração e conversa, nada de brigas ou discussões. 
- O ambiente deve ser calmo, sem TV ou celular.
- Envolva a criança no preparo e escolha dos ingredientes.
- Converse com a criança enquanto come, explicando o que é cada alimento e contando histórias que envolvam o alimento.
- Não demonstre sua irritação, as crianças percebem e podem usar isso.

Use destas dicas e depois conte como foi ou qual a dificuldade ainda persiste!

Tem mais conteúdo lá no Instagram @tatifingermann e no Facebook - Psicocloud 


terça-feira, 11 de julho de 2017

Responsabilidade e Empatia

Seguindo a ideia da responsabilidade na Maternidade, mês que vem inicia o meu trabalho com grupos de mães em rodas de conversa. Toda terça estarei lá aguardando as mães para uma conversa gostosa e com o desejo de quem saiam de la mais seguras e apropriadas de suas escolhas, mais conhecedoras de si mesmas.
Um dos temas que listei para estes encontros é justamente a "Comunicação não Violenta" nome da moda para algo que já existe faz tempo, o olho no olho, a alma aberta para escutar o que tem que ser dito e não o que eu quero entender.
Criança tem um radar que é absurdo, captam mais sinais que sonar submarino, e você nem percebe que deu a pista.
Assim falar a verdade, em uma linguagem/ vocabulário que eles compreendam é um dos pontos chave para que se crie uma coisa mágica que pouco temos utilizado que é a EMPATIA.
Lembra que eu falei que criar pessoas melhores é o meu objetivo? Se eu criar minha filha com a empatia ativa ficarei muito feliz.
É aquele lance que a Kate Middleton já mostrou como faz quando da bronca no Pequeno Principe, é abaixar até chegar a altura da criança, falar com o tom de voz baixo (mas sério) e explicar o que deu de errado ali na situação. Parece fácil mas não é, você tem que segurar a bronca, o grito ou mesmo o riso e buscar ser levada a serio, quando tem birra, choro e ranger de dentes..... fica bem mais difícil de se manter no controle.
Por isso acredito que este tipo de comunicação é um processo que se constrói com a criança, sendo congruente com suas ações (faça aquilo que você fala e só faça aquilo em que acredita).
A empatia entra na sua escuta, de tentar compreender o que ela quer/precisa e não consegue nomear ainda, quando você se coloca no lugar do outro fica mais fácil de entender seu ponto de vista.

Tenta e me conta!

Ah, vale com gente grande também!


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Maternidade e Responsabilidade

Tenho repensado e muito minha relação com a Maternidade, escrevo aqui com letra maiúscula porque ela passou a ser algo maior do que a simples qualidade de ser mãe. Passou a tomar uma parte de mim, até maior do que a Anita e ganhou um propósito em minha vida pessoal e profissional.
A maternidade foi o caminho que escolhi para dar a minha contribuição ao mundo, de criar melhores pessoas e assim deixar meu legado. 
E a cada dia entendo que a responsabilidade é grande parte da Maternidade que eu escolhi para mim, é o que me dá sentido. 
Responsabilidade, aqui, não são tarefas que devo cumprir, é assumir para mim escolhas e suas sequencias e consequências com sinceridade, sem culpados ou desculpas. 
Escolhi viver da profissão que me faz sentir completa, produtiva, com prazer em atuar, no momento a consequência é que não vai rolar ir para a Disney nas próximas ferias, nem sei quando poderemos. Assumo essa responsabilidade como minha e não culpo mais ninguém.
Maternar com responsabilidade não é se encher de tarefas sem sentido ou fazer o que suas "amigas" ou aquela revista sugeriram, mas fazer as escolhas que fazem sentido para você HOJE.
Sim, mudar faz parte dessa responsabilidade, de rever sua trajetória, escolhas, ações, e vai muito além, das obrigações jurídicas de arcar com as consequências do próprio comportamento ou do comportamento de outras pessoas, é aceitar de todo coração e sinceridade suas escolhas, feitas só por você. 
Assumir responsabilidades é dar o exemplo mais importante, é ser espelho de uma conduta ativa frente a sua vida e seus escolhas, é saber o que quer e assumir as dores e amores de se chegar lá por completo.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Cama compartilhada

Sempre que leio/ ouço alguém falando sobre cama compartilhada tenho arrepios.
Já vi relatos bem embasados do quanto pode ser perigoso o bebê dormir com os pais quando é muito pequeno, existe o risco (real) de amassar e sufocar o pequeno ser durante a noite, também já li e não consigo concordar com a ideia de que a energia (sexual) do quarto pode influenciar a criança (mas uma criança na cama acaba sendo um anticoncepcional bem eficaz!), acho sim que o quarto deve ser um lugar de intimidade. Como também já li que crianças que dormem com os pais dormem mais tranquilas.
Nestas matérias sempre aparecem listados motivos pró ou contra como se fossem receitas certeiras. Como se todas as famílias,as crianças e todos os quartos fossem iguais. Grande engano!
Acho que estas matérias que sempre mostram um lado só são grandes fontes de desassossego materno e paterno também.
Você já foi lá ver a casa da família para saber quantos cômodos tem?
Conhece o quadro de saúde do fofucho envolvido para saber se justifica tal acompanhamento de pertinho?
Sabe como funciona a relação entre pais e filhos?
Se respondeu não, já entendeu né? Para de julgar aos outros e a si mesmo!
Não se julgue/ culpe se seu filho ainda dorme com você ou se dorme sozinho sem precisar de nenhum reforço extra desde as 48hs de vida, cada criança é uma e tem seu tempo de desenvolvimento.
Se o casal ou mãe percebe que está atrapalhando, esta ficando incomodado ai sim, vamos planejar (😲 oh!) esta transição e juntos trabalhar com a criança esta independência.
Por que falo isso?
Porque vejo tantas mães por ai se julgando melhores ou inferiores usando como referência uma construção tão individual que é a independência e o relacionamento com seus filhos.

Aqui a Anita dormia no berço dela até ter problemas respiratórios mais sérios com quase um ano, foi ai que por cansaço puxei o colchão dela para o meu quarto, assim dormia mais segura e tranquila com ela mais perto. Logo ela aprendeu a subir na cama.
Depois, já separada, ela veio dormir na minha cama comigo, só nos duas. Foi tão importante poder resgatar esse toque, cheiro, mimo com ela já que passava tanto tempo longe. Com o tempo a necessidade de espaço foi surgindo, ela espaçosa dormia grudada. Duas camas e continuamos dividindo o quarto. Se estava incomodado era só me dar um apartamento maior,ok?
Casa nova, vida nova, quarto novo...não foi fácil logo no início mas fomos trabalhando com ela e assim foi cada uma para o seu canto.
Ela dorme no quarto dela, acorda no meu!
Já me questionei e auto recriminei muito por isso, mas quer saber? Cansa, dói as costas no dia seguinte, as vezes tem uns puxões de cabelo mas eu amo! E o padrasto aceita importante pensar como fica a relação do casal tá?.
Ela vai bem na escola, dorme na casa de outras pessoas numa boa,brinca sozinha, mas quando vai se entregar ao sono, ao relaxamento total ela quer aproveitar esse espaço de carinho, aconchego, que é quentinho (adivinha onde vai parar a coberta?), e principalmente ele é seguro!
Se ela ainda precisa sentir que estamos ali é lá na nossa cama que ela vai ficar!
Vou acostumar mal? Não consigo ver como alguém pode ficar mal acostumado com carinho, o mundo já anda tão cruel e egoísta....
Não acredito que vá fazer dela uma criança mimada, já que aqui tem amor, afeto e não mimo indiscriminado, tem bronca, tem conversa, tem cobrança mas tem acima de tudo aceitação.


✿ IMPORTANTE: O que EU escrevo aqui é um registro das minhas experiências, não é uma indicação de como VOCÊ deve fazer. Pode ser usado como uma sugestão para você PENSAR e dai tirar as SUAS conclusões de forma mais tranquila e consciente de que as escolhas que você faz em relação ao SEU filho devem ser congruentes com suas CRENÇAS, VALORES E REALIDADE.

Beijão e deixa um comentário por aqui,

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Escola: integral ou meio período?

Mais uma vez eu em crise com a vida escolar da Ninoca, se tem uma tarefa difícil em relação a educação é escolher em qual escola matricular um filho.
É delegar a uma instituição, grupo de pessoas, a uma outra pessoa as informações e cuidados que serão dirigidos as crianças.
Acredito que valores básicos de respeito, higiene e cidadania devem vir de casa mas e a alfabetização, ciências, geografia, matemática?
Voltando alguns anos, eu ja tinha tido minha crise em relação a berçário, babá ou mamãe e optei pelo berçário retomando assim (ou tentando pelo menos) a minha vida profissional. Foi uma opção pensada, estudada e bem resolvida.
Para mim funcionou, pode ser que para você não seja da mesma forma e tudo bem desde que você esteja tranquila com esta escolha.
Ninoca ficava período integral no berçário, la recebi apoio para o desmame, introdução alimentar, em sua socialização e desenvolvimento.
Chegamos ao 1º ano e agora é tudo novo para nós duas!
Escolher a escola que coubesse no orçamento, tivesse uma boa reputação, que me passe segurança, um ambiente agradável, um horário bacana, atividades extras, fácil acesso e localização.....
Eram tantas as perguntas novas para mim que acabei levando a minha irmã pedagoga para me auxiliar nesta tarefa.
Por fim escolhemos uma escola que atendia algumas das expectativas (localização, valor, proposta pedagogia, reputação). Definitivamente o que é expectativa nem sempre se torna real e foi ai que....
A Nini ODIOU!
Ela estava encantada com a visita que fizemos, com cor do uniforme, com a lancheira, com a expectativa da nova turma e foi ai que descobrimos que a "turma" é ela e mais 3 meninOs.
O semestre rolou arrastado, a parte da manha é uma maravilha mas o período pedagógico a tarde, pura tensão. O que fez o rendimento dela cair e as queixas aumentarem.
Fiquei sem alternativas a não ser trocar o período, porem ela sairá da escola as 16:00 hs e neste horário não tem o auxilio da perua.
Mais uma vez preciso ponderar pros e contras, alternativas variadas e contar com apoio para que eu não prejudique meus projetos e todo o investimento que venho fazendo ate agora.
E ai? Como foi a decisão a respeito da escola?

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Vamos falar de desfralde?

Vamos falar de desfralde?
Mas ela já tem 6 anos?!?!?
Mas e dai? O desfralde dela foi feito de maneira torta e precoce e eu por desconhecer e na minha insegurança ter confiado demais na escola acabei demorando para descobrir um problema físico que a impedia de segurar o xixi e assim completar esta tarefa do desenvolvimento.
Foi mais de um ano de frustrações de todos os lados, broncas, choros, roupas molhadas, muitas trocas na bolsa até encontrar ajuda médica especializada.
Ajuda essa, que não justificava que os escapes de xixi eram apenas emocionais, por conta do divorcio ou de uma tentativa dela de chamar atenção.
Havia maturidade emocional mas não havia maturidade física!
Foram muitos exames chatos e invasivos, psicoterapia, fisioterapia e medicação ate acertar.
Sequelas? Várias, por tanto sair da sala para fazer xixi ela perdia a concentração e explicações de atividades na escola que resultavam numa falta de interesse generalizada.
Por estar sempre com a calcinha úmida, assaduras eram constantes, já entendeu que dor e incomodo também?
Apesar de ter apoio e compreensão dos amiguinhos na escola, ela se sentia incomodada e por vezes até já estigmatizada por alguns colegas e professores.
E eu? Me senti culpada por muitas vezes já que exigia dela algo impossível e consequentemente rolaram broncas desnecessárias.
Atualmente ainda fazemos exercícios para a Bexiga Hiperativa, mudamos a medicação, só vamos a locais que eu sei que tem banheiro, ando sempre com uma calcinha de reserva e acolho com muita compreensão quando algum escape acontece.
Me posiciono completamente contra os desfraldes coletivos nas escolas e principalmente contra a falta de orientação aos pais já que intercorrências que podem acontecer. Um bilhete na agenda não é suficiente.
Vamos entender que este é um processo individual e muito significativo para cada criança, que reflete em sua autonomia e autoestima e deve ser trabalhado por toda a família e escola conjuntamente.



Então, vamos lá...

Então, vamos lá...
Já falei que a maternidade transformou minha vida. Isso é fato. O que eu demorei a identificar foi o que havia sido transformado. Com o tempo identifiquei alguns fatores.....
1. O casamento - Nunca acreditei que filho segura casamento, mas vi que o filho pode sim balançar a relação se não houver comprometimento de ambas as partes tanto para a relação do casal como para com a criança que esta ali.
2. O divórcio - Não é porque não existe mais o casal que os papeis de pai e mãe deixarão de existir, o que acontece é um reajuste de tarefas, funções.....um pai ausente, com péssimas qualidades ainda é o pai. O que acontece é que algumas funções "paternas" foram exercidas por outras pessoas que não ele. O mesmo vale para a mãe e suas funções.
3. O trabalho - Acredito que a maternidade me fez uma melhor profissional, em todos os sentidos, o que não desqualifica quem não tem filho, estou falando de mim, ok?
Aqui não falo só da clinica, porque já atuei em RH e na área comercial. Depois de ter uma filha acredito que amadureci profissionalmente, com responsabilidades, relacionamentos, escuta, paciência, resiliência e motivação. Queria trabalhar bem, no meu horário estipulado para ir logo para casa, bater metas e aumentar meu rendimento e poder proporcionar uma vida melhor a ela. Mas muitos gestores não entendem assim, e a maternidade passou a ser um entrave no meu retorno ao mercado de trabalho, principalmente no pós divorcio, Hoje a maternidade é o meu planejamento concretizado.
4. As amizades - fui a primeira da minha turma de amigas a ser mãe, nos primeiros meses me sentia um ET, depois percebi que devíamos me adequar a bebe e ela a mim e passei a levar a Anita na maior parte dos passeios no canguru mesmo. Parei quando ela começou a andar e passava mais tempo correndo com ela do que outra coisa, agora já voltamos a nossa programação normal. Temos passeios de criança mas também temos alguns mais alternativos já que acredito que aprendemos o respeito e amor pelos outros na convivência.  A maternidade que afastou algumas pessoas também me trouxe muitas novas amizades. Ter uma rede de apoio é fundamental!
5. O corpo - ah o corpo.....esse que fala nos sintomas o que a boca não tem coragem de dizer.....
A sobrecarga da gravidez tanto física como emocional foi tanta que junto "ganhei"hérnias de disco. Essa situação me obrigou a parar e pensar na vida em dois momentos fundamentais e cá estou, sem cirurgia e sem toda a carga do mundo que me obrigava a carregar nas costas.
6. O casamento - me permitir conhecer uma nova pessoa foi fácil, difícil foi encontrar quem eu me sentisse bem em apresentar para a Anita, que me transmitisse segurança e conforto. Que não fosse um invasor, um entrave ou qualquer coisa negativa na nossa relação que se reconstruía naquele momento. Nem sabia que tinha encontrado, quando a Anita sugeriu o namoro, que virou casamento com direito a uma relação de cumplicidade e confiança entre eles que só reforça o que existe entre nos.
7. A madrasta - não posso escrever aqui o que realmente penso da pessoa que um dia ocupou este papel, mas saiba que abalou e demais um ser tão doce e frágil. Então se você que me lê um dia for ocupar este papel saiba que ele é sagrado! Ele é um complemento do papel da mãe e não uma competição. Se uma mulher lhe concede este tempo incrível e a possibilidade de ser um agente formador de seu filho, no minimo respeite! O mesmo vale para padrastos tá?
8. A pessoa - incrível como na necessidade ou no amor somos capazes de fazer coisas antes inimagináveis, pode parecer bobo mas só este ano tive coragem de encarar a panela e cozinhar feijão. Tá esta foi fácil, mas cada dia é uma descoberta, uma melhoria....

Bom agora você já me conhece e daqui pode entender meu ponto de partida para a formação, criação, participação e relação com a maternidade.

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Voltamos e agora para ficar!

Faz quase um ano que falei que estávamos voltando e acabamos mais uma vez deixando o blog um pouco de lado. Acontece que agora tudo faz mais sentido e por isso estamos aqui mais uma vez!

Sim, tudo faz mais sentido....até o nome do blog "Presente de Anita" faz mais sentido.
Não sei bem o porque deste nome, mas foi o que rolou na época. Agora sei que com a chegada da Anita, muitas voltas e reviravoltas depois eu teria um presente eterno. E este presente não é apenas a presença dela e sim todo o aprendizado e experiências que a maternidade me proporcionou.

Durante um tempo, assumo, me senti despreparada e perdida para o papel de mãe. Apesar de já desejar não estava nos planos, não é a toa que demorei a descobrir a gravidez justamente em um momento de transição e novos projetos profissionais.

Mas voltando ao hoje, mais uma vez a maternidade veio a transformar minha vida pessoal e profissional. Foram transformações individuais e coletivas, internas e externas e cheguei ao ponto que estou hoje, me sentindo plena, completa, consciente e muito  mais preparada para auxiliar ouras mães e pais a percorrer este caminho tão complexo e sensacional.

O objetivo do blog continua sendo o mesmo desde o inicio, compartilhar nossas aventuras e reflexões deixando tudo registrado para quando a Nini estiver pronta e interessada para conhecer um outro lado de sua historia.

Profissionalmente, hoje continuo na área clinica, desenvolvendo um trabalho especial para mães e pais que queiram refletir e desenvolver mais este papel. Não julgo melhor, porque cada um sabe de suas dores e sabores, de suas experiencias e potencialidades mas digo mais, pois ele pode ser vivido de forma plena, satisfatória dentro das suas possibilidades.

Sejam sempre bem vindos!!!!